sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Por: #SarahMcCartney

Era noite. E ela chorava no escuro. Suas lágrimas caiam frias e lentas. Seu corpo inteiro tremia. Ela estava sentada em um canto do quarto pequeno, limpo e silencioso. Tudo estava no mesmo lugar de sempre. Nas prateleiras de vidro haviam livros de filosofia, carros de colecionador em miniatura e estavam repletas de CDs dos Beatles e dos Rolling Stones. Na escrivaninha um computador, alguns livros empilhados, molduras na parede e pôsteres espalhados pelo restante do quarto. Ela contemplou cada parte daquele lugar que antes era o seu refúgio. Ela amava aquilo de um jeito incomparável e incondicional. Ali era onde ela havia criado um mundo somente dela, onde nenhum daqueles sonhos era utópico. Naquele lugar a palavra “impossível” era proibida. Mas aquele lugar acabara de se tornar um pesadelo. Agora ali era onde os seus piores pensamentos vagavam sem rumo, sem direção. Ela se lembrou dele. Era um homem abominável. Ruim. Cruel. Emoldurado por cabelos negros e uma pele pálida. Um olhar vazio e perverso. Aquele rosto malicioso. Para aquele ser vil, havia sido apenas mais uma vítima, mais uma inocente. Apenas mais um short aberto á força. Mais um de seus atos libidinosos. Mais um estupro. Ela se sentia suja, usada. Aquilo havia sido um martírio insuportável. Uma tortura que assombraria dias e noites intermináveis. E ela iria se jogar da janela do quinto andar.

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